quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Corpos separados. Corações unidos


Com as malas prontas, desci as escadas. A cada passo que dava, um pedaço de mim era jogado pelos degraus, completando minha chegada até ele, porém, somente com os resquícios de uma alma sofrida.
Eu tinha que partir porque meus pais estavam se mudando e nada os fariam ficar ou, ao menos, me deixarem ficar.
As lágrimas, prontas, começaram a surgir, borrando toda a maquiagem que havia passado para evitar mostrar o inchaço dos meus olhos. Eu queria ficar, porque parte da minha vida estava ali, a minha frente, mas não tive alternativas.
Um beijo longo e caprichado foi dado. Axels beijou-me com a alma e pude sentir sua dor em cada movimento que ele fazia. Pela primeira vez o vi chorar. Desmoronou-se em lágrimas e as nossas foram encontradas, enquanto a face dele roçava na minha.
- Nossos momentos estarão presentes em minhas lembranças. Não me deixe aqui sem notícias suas – ele falava, gaguejando e soluçando, enquanto seus olhos eram escondidos pelas gotas amargas da tristeza constante que se petrificava em sua face.
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Por onde quer que eu vá vou te levar para sempre. O que passamos está aqui – eu falava, colocando a mão em meu peito – e nada, nem o maior vendaval será capaz de varrer as lembranças que tivemos. Meu corpo encontrou a verdadeira vida quando encontrou a sua alma e, sem ela, voltarei ao poço da solidão e da vida inerte que tive. Você é a diferença que me completa! É por isso que te levo aqui no meu coração, aonde quer que eu vá, e voltarei para viver ao seu lado para sempre.
Um fio de riso foi visto nos lábios de Axels e mais um beijo foi dado, dessa vez mais intenso, querendo arrancar-me os lábios para senti-los durante a minha ausência.
- Eu te levo... Te levo aqui comigo, mas voltarei para deixar de ser a pobre mortal que me torno sem a sua presença constante ao meu lado.

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