quarta-feira, 2 de maio de 2012

O preto e branco, agora colorido, nas folhas de outono

Jenny,

As folhas de outono, neste momento, caem e perpetuam-se pelos campos floridos de um coração que não pertence mais a mim. O colorido, aqui, passa a existir, desde quando essas folhas insistiram em habitar num lugar vazio, murcho e sem vida alguma.
Ora, não faça essa “carinha” de interrogação, logo entenderás. Pelo menos sei que você é capaz, já que eu, até hoje, não consegui explicar para mim mesmo e entender, simultaneamente, as confusões que aqui residem.
Jenny, eu tentei ser forte. Sua amizade é a coisa mais valiosa que tenho e jamais a depreciaria por algo que fosse. O preto e branco dessa nossa união é como um rochedo que petrificou-se em meu peito.
Sei que o que estou prestes a dizer poderá romper esse laço, que por mim parece ser inquebrável, mas nossa vida é feita de desafios, ousadias e você sabe perfeitamente que para isso eu sou uma negação (feche o riso tímido em teus lábios, sei que estás sorrindo, mas é algo sério).
Lembra-se daquela vez que você escreveu o nome de cada garota do colégio que eu poderia estar apaixonado e era para eu marcar um coração? Ora, não seja ingênua, aposto que agora você já descobriu, né? Eu não assinei ninguém porque seu nome não estava lá.
Desde aquele tempo, Jenny, eu sofro calado. Perco minhas noites de sono, mas ganho os pensamentos e os sonhos de doces beijos seus. Você acariciando minha face lentamente, deslizando seus dedos em meus cabelos e fazendo com que meus sonhos, sejam melhores do que a realidade apresentada.
Precisava de uma resposta sua, por mais que ela seja uma facada e uma torcida em meu imaculado coração, que simboliza somente o amor eu tenho por você.
Não consigo mais resistir. Não posso! Deixei que o preto e branco da nossa amizade fosse colorido por essas folhas que simbolizam cada carinho, cada atenção, cada palavra, cada abraço e cada beijo – mesmo sendo no rosto ou nas mãos, eles foram o suficiente para fazer brotar em minh’alma o amor inigualável por ti. Essa amizade colorida que sinto, mas que para você pode ser cinza ou poderá nem tê-la mais, pois, com tudo isso, não sei se ainda deseja olhar em meus olhos.
Eu tentei te esquecer. Juro! Mas as cores foram imbatíveis, mais fortes do que eu. Porém não posso deixar que o medo e a insegurança tomem o lugar de ambos. Isso seria covardia.

2 comentários:

renatocinema disse...

Coração que não pertence mais a mim.
habitar num lugar vazio.
Mas as cores foram imbatíveis.

Adorei o texto em geral. Mas, as que citei acima são o que representam os momentos de vazio de qualquer ser humano apaixonado.

Marcos de Sousa disse...

A pior parte do amor é que tiramos um peito nosso e damos na mão de alguém, sem pensar o que esse possa fazer com ele.

Lindo texto.