sexta-feira, 22 de junho de 2012

O mau humor que não era um mistério



- Sai daqui! Quantas vezes mais eu vou ter que repetir pra que me deixe sozinha? – Ela dizia estupidamente alto enquanto andava apressada tentando deixá-lo para trás.
- Oh, me desculpe, acho que não sou muito bom entendedor. – Ele a contrariava de bom humor andando ao ritmo apressado dela para acompanhá-la. – O que houve? Por que tanta raiva, hein, moça?
- Não te interessa! E não me chama de moça que isso é coisa de tarado. – Devolveu com todo seu gênio forte.
Ruan se divertiu com a resposta. Não disse mais nada, mas tentava a todo custo manter-se ao lado dela que a cada segundo aumentava mais a velocidade ao andar. Andava tão rápido, que logo cansou e parou num repente. Ruan que a acompanhava, parou poucos centímetros a sua frente assim que percebeu e virou seu corpo e rosto para ela.
Liara respirava fundo e o olhava com aqueles olhos perturbados que muito expressam um desespero. Aqueles olhos que não sabiam se indagavam por quê ele não a deixava a só, ou se imploravam para que ele ficasse.
Soltou um suspiro, e rendeu-se para uma prosa sem compromisso.
- Olhe para minhas mãos. Veja como tremem e como está vermelha de tanto sangue que circula por ela agora. – Disse estendendo a mão direita com a palma para cima.
Ruan olhou sem dizer nada. Não se sabe se ele pensava muito. Mas quando ela ia abaixá-la e deixar o braço caído ao lado do corpo, ele segurou aquela mão. E foi a primeira vez que se tocaram tão calorosamente.
E de repente as duas mãos dela se aqueceram - apesar de só uma estar tendo apoio. A pulsação se acalmava e todo o tremor começou a se confortar e calar-se naquele toque. Agora quase formigavam. Porque a mão daquele garoto que segurava a sua, aquecia e confortava também seu coração.
Um minuto e um olhar encontrou o outro. E as mãos dadas foram esquecidas ali mesmo, sem se deixarem. Porque os olhos inseguros de Liara se fecharam ao mesmo tempo em que os olhos confortadores e lindos de Ruan fizeram o mesmo. Um lábio encontrou o outro, e tocaram-se também, iniciando um beijo.
- Eu... – Liara começou dizer. Mas o dedo indicador de Ruan foi mais rápido ao pousar sobre seu lábio, como forma de pedir silêncio.
- Não precisa dizer nada, Liara. Acha que eu não percebo que seu nervoso atinge o auge toda vez que chego perto de alguma menina? Que ciúmes lindo. Que linda você, toda irritada me pedindo distância quando na verdade me ama e me quer com você assim, pertinho.
Ele sorriu satisfeito e brincalhão e calou-se também, embriagando-se num beijo demorado.
- Eu te amo, seu idiota. – Sussurrou ela quase sem fôlego entre o beijo.
- Ah, como você sabe ser fofa. – Ele brincou sorrindo, ao passo que com um braço envolveu sua cintura e com a outra mão livre segurou em sua nuca de forma que ela olhasse somente pare ele. – Eu também te amo, sua linda.

Um comentário:

renatocinema disse...

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