- Cale-se! – sua voz cansada tombou-se nos vitrais da sala de pouca luz. Fora direcionada para a mulher que antes o fazia inúmeras perguntas, mas que agora o observava com terror cobrindo os olhos. Ela nunca o vira tão perturbado como naquele instante.
O homem não a olhou de volta, apenas permaneceu inclinado sobre o seu antigo piano.
Suas lágrimas lambiam as teclas do órgão, mas nenhuma nota se ouvia. O som audível era o da respiração pesada seguida pelo choro que gritava internamente e ardia em cada partícula de seu ser.
- Qual é o seu problema? – a mulher rompeu a agonia.
- Saia daqui! – a sua voz arranhou a face assustada dela.
- Não antes de você conversar comigo. O que houve com você? – insistiu dando um passo indeciso em sua direção.
- Se afaste! Já! – encarou-a com os olhos em brasa. Ela deu alguns passos para trás, percebendo que havia sangue na camisa do outro. E não sabia se era o dele.
- Que sangue é esse? – uma lágrima pesada desceu por seu rosto. Ela secou-a rapidamente enquanto fitava-o.
- Por favor, saia. – apertou as pálpebras como se sentisse dor.
- O que houve? – o seu tom saiu embargado por um choro incontido.
- Eu matei um homem. Está satisfeita agora? Vai embora agora? – encarou-a estudando a sua reação. Ela ainda mantinha os seus olhos infiltrados nos dele, que pareciam em chamas.
- Por quê? – disse sem forças.
- Por que era o que ele faria comigo se tivesse chance.
- Por quê? – ela insistiu.
- Porque ele achava que eu não era bom o suficiente para a filha dele. E tentou me matar por isso. – ele fitou o rosto a sua frente que se transformava em terror. Ela correu exprimindo gritos animalescos, e ele ouviu portas sendo batidas.
- Saia daqui! – a sua voz arranhou a face assustada dela.
- Não antes de você conversar comigo. O que houve com você? – insistiu dando um passo indeciso em sua direção.
- Se afaste! Já! – encarou-a com os olhos em brasa. Ela deu alguns passos para trás, percebendo que havia sangue na camisa do outro. E não sabia se era o dele.
- Que sangue é esse? – uma lágrima pesada desceu por seu rosto. Ela secou-a rapidamente enquanto fitava-o.
- Por favor, saia. – apertou as pálpebras como se sentisse dor.
- O que houve? – o seu tom saiu embargado por um choro incontido.
- Eu matei um homem. Está satisfeita agora? Vai embora agora? – encarou-a estudando a sua reação. Ela ainda mantinha os seus olhos infiltrados nos dele, que pareciam em chamas.
- Por quê? – disse sem forças.
- Por que era o que ele faria comigo se tivesse chance.
- Por quê? – ela insistiu.
- Porque ele achava que eu não era bom o suficiente para a filha dele. E tentou me matar por isso. – ele fitou o rosto a sua frente que se transformava em terror. Ela correu exprimindo gritos animalescos, e ele ouviu portas sendo batidas.
O choro ardente ainda queimava o seu rosto transtornado. As teclas do piano foram manchadas de sangue enquanto uma melodia fúnebre tingia as paredes de sua sala – tingia as paredes de seu âmago. Para acompanhar, o seu choro e o da mulher se misturavam às notas ensanguentadas.
Os sons de lamentação vibravam sincronicamente exprimindo melancolia, e entornando a dor dilacerante que ia sendo gravada nas paredes daquelas memórias, onde o sofrimento ferino se espalhava enquanto eternizava a melodia seva; enquanto eternizava a música de sangue.
4 comentários:
Nossa, que triste.
triste........eu adoro história tristes. É uma ótima combinação com música (Joy Division) e amor com dor (Romeu e Julieta).
AMEI
só uma coisa: piano ou órgão?
brincadeira, gostei (:
seja bem-vinda
;D
Muito bom, Mai. Sempre acreditei no seu potencial. Adorei saber que você vai estar por aqui também :D Beijinhos!
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